margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

AR DE FESTA


(aguarela s/ papel  50x35)  


A todos desejo um Ano de 2012 pleno de boas realizações. Que a vida lhes sorria e se torne cada vez mais agradável de viver.Um abraço do tamanho do mundo!
Maria Emília

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MÃE NATAL




Mãe, vem provar o meu vestido rodado,
acertar-lhe as pregas
e colocar-me na cintura
um laçarote bem dado.

Mãe, vem sentar-me no teu regaço
cheio e quente, como outrora,
e faz-me duas tranças
brilhantes como as estrelas
do teu olhar, agora ausente.

Mãe, vem ver a boneca
tão bonita que me deste
num Natal tão longínquo.
Lavei-lhe o vestido de seda azul
e de renda, que um dia fizeste.
Está tão puído, Mãe!
Quase a desfazer-se…

Mãe, vem preparar-me o lanche:
o leite e o pão com doce de pêssego
feito por ti.
Sinto falta de tanta coisa
que nunca mais comi.

Mãe, vem de mansinho pela chaminé
e entra no meu quarto sombrio.
Vem aquecer-me na lareira do teu seio.
Vem, neste Natal em que estou tão só…
Tão triste… num vazio.

Mãe, vem dar ânimo ao meu coração,
porque ele está hoje por de mais
dolorido… amargurado… frio…


A todos os amigos seguidores e visitante do meu blogue desejo BOAS FESTAS!
Farei uma pausa nestes dias festivos. Um abraço e FELIZ NATAL!



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O QUE RESTA DE MIM

Que é feito do meu corpo

que com amor e com arte,

suave, serena e lentamente

se desenvolveu em equilibrada harmonia?


Um corpo talhado

com todos os toques,

com todos os dados,

com papel aveludado

e laçarote condizente.


Não é mais o mesmo.

Tento fugir-lhe mentalmente

e esquecer-me que existe.


Por dentro restou

um pouco do que eu era

mais o pouco que sou.

Assim transformado

se esfumaram quimeras.

O meu eu hoje se reparte

pelas aulas de Francês

e pela arte.

Pinto, escrevo e às vezes danço.


Quero esquecer o meu corpo

e sonhar um outro ausente.

Não sou mais como era dantes,

vivo o presente num rodopio pegado,

corro para todo o lado

para olvidar como estou,

neste estranho desconforto

de embalar o meu corpo

num sonho do que não sou.




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

REMINISCÊNCIAS AFRICANAS

(pormenor de Reminscências Africanas )


(Técnica mista s/ papel 32X23)

Vivi a minha infância e parte da adolescência em Moçambique. Penso que trouxe comigo cores e odores desse mundo tão diverso banhado pelo Índico...


sábado, 3 de dezembro de 2011

JANELAS RASGADAS


Da janela rasgada das minhas águas-furtadas

alcanço um pouco de mar.

Em dias de vendaval venho espreitar as ondas,

que em lençóis alvos de espuma se enrolam

trazendo fados marinheiros

cantados pelos veleiros que se vão…a navegar.


Às vezes, ao sol poente tudo fica incandescente

com laivos de beleza singular.

Oiço então a passarada irrequieta

em constante chilrear.


Olho pela outra janela

e tenho na frente dela a campina verdejante,

debruada adiante por um sombrio pinhal.

E no silêncio da tarde há recordações a esmo

plenas de nostalgia.


Nas minhas águas-furtadas onde nasce a poesia,

Entra o sol e o luar…abunda a luz e a sombra…

As minhas águas-furtadas, meu refúgio de eleição!

Quatro paredes caiadas

Onde canto toda a minha solidão…